sábado, maio 10, 2008

Barragem

Os picos das montanhas
Fazem amor com as nuvens e os céus
Entre espasmos e delírios de prazer
Goza aos litros
Nascente dos rios

Escorre sobre a pele da terra
Encontra vidas e pedras
Que não atravanca seu caminho
Com isso deixa-o mais belo

Acaricia a superfície e faz
O planeta gemer em arrepios

Desliza pela espinha do mundo

Toma força
E faz
Tremer de amor o mar
Os picos ainda gozam aos litros
Sem interromper nenhum ciclo

Sobe aos céus
E alimenta o manancial
A barragem do homem
Impede de encontrar todo potencial

Retém os espasmos e vontades naturais

Os pés pesados no pedal
Aceleram até a barriga esfriar
Você me faz ir
Até as ultimas consequências

Destruir barragens, continuar
Ninguém pode dominar o rio, céu e o mar

As últimas consequências
Fazem-me continuar.

terça-feira, maio 06, 2008

Atenção, esse texto contém spoiler.

Você sabe onde me encontrar, do contrario, deixa que eu encontre você.

Sabe não me sinto em um filme de ação, ou num romance, drama sei lá.
É diferente quando você não vê com olhos de narrador. È tanta merda que influencia a cabeça, que às vezes acho que, certas atitudes não seriam tomadas em outras circunstancias.
Mas afinal, a vida é mesmo um grande espetáculo, que se torna um fracasso, quando você percebe que esta sendo assistido, e tenta agradar a platéia.
Vejam só, aquele banco vazio, aquela pessoa não veio. Olhe o outro, aquela pessoa está saindo. E é assim...

Tem gente que diz o contrario que nega até o fim, que essa coisa de espetáculo é besteira.
Mas não cheguei a pensar nisso, olhando-me no espelho. Mas vendo-me em certos momentos como parte da platéia.
E a peça que assistia era minha vida.

Todo mundo estréia sua vida, à deixa em cartaz, nem que for para uma pessoa.

Bom, na verdade, você pode não saber onde me encontrar, e olhe que não é lá tão difícil, mas não vai fazer diferença, pois é provável que eu também não te encontre.

Falando em platéia, estava revendo algumas cenas do meu filme de estréia particular. Era sobre um cavaleiro medieval vivendo nos dias de hoje.
Eu ri da parte que, quando ele foi tirar a armadura, uma personagem lá sem querer deu uma pancada nele. Mas ele revelou um peitoral de aço escondido, que ele tinha disfarçado por baixo da camiseta só pra ter certeza.
Convencido que era melhor do outro jeito, voltou a usar a armadura completa.

Engraçado, a armadura dele não era bonita, mas era bem lustrada, algumas pessoas só gostavam dela por que viam o próprio reflexo.