quinta-feira, abril 01, 2010

Interferência

Caçando sorrisos no meio da multidão
A mente vazia e o coração

Coloco-os na bolsa de prazeres
Antes que murchem em minhas mãos

Seu medo infantil
Do mito e do pecado

Primitivo ser que roda em ciranda
Em volta da fogueira de incompreensão

Colho olhares místicos entre a pressa
Um por um, até os mais céticos

Coloco-os em minha bolsa de prazeres
Antes que se feche em minhas mãos

Um ato delinqüente
As voltas dadas
Transbordam as mentes
De lixo retrógado e senil

Tento não interferir no trajeto
Mas o ser
É interferência

E é a Natureza
Essa nossa que não muda

Essa nossa alma que regozija
Tentando entender o que não precisa

Vivendo o que serve mais

As luzes irão iluminar
Caminhos até o Éden do pensamento

Recolho espíritos presos

Solto-os todos
No meu jardim de esperança