sexta-feira, setembro 17, 2010

Quero Escrever Você.

Quero escrever você. Por meio dessas letras, gostaria de formar um código poético onde pudesse ser encontrado cada traço do seu ser. Uma extensão da sua existência para dentro da literatura, fazendo então, surgir poesia.
Um código que somente poucas pessoas poderiam decifrá-lo e mesmo assim, poderiam vislumbrar somente uma margem da realidade diante ampla beleza da Musa. Porém, encontro-me no impasse de não poder transpor tal identidade única com a perfeição digna necessária.
Quero escrever você. Em meu corpo, nas paredes do meu quarto, nos postes e nos muros antigos da cidade, nessas linhas digitais e frias, nesse bloco grosseiro e distante da realidade.
Quero ler seu nome como se fosse uma palavra sagrada.
Sendo assim, escrever-te-ei em tudo. Seja em meu mundo irreal e fantasioso, seja no dinâmico mundo virtual e patético, seja na realidade mais sagrada de todos os homens santos que já pisaram sobre a terra.
Basta somente o presente, para entender o espiritual, o material e o natural. Quero amar-te necessitando de somente o presente.Creio que somente desta forma, poderia desfrutar completamente desse imenso sentimento que me aquece o peito. Quero amar-te como amo as artes, que engrandece e excita
Vejo falsos dilemas sobre o amor, mas que é amor, se não a entrega?
A união simples dos detalhes perfeitos. Como um sorriso inebriante que paira sobre as incoerências definidas pelo acaso ou nas vezes em que minha atenção se fixa no reflexo de seu olhar profundo e singelo e nossas mãos se tocam distraidamente quando estamos próximos.
Quero escrever você na minha alma, esta que temos em comum. Você, divina feito musa e eu, singelo humano. Este que se arrisca no mundo das letras, da linguagem poética e dos signos gramaticais, simplesmente para poder tentar um dia transpor com perfeição seu código literário
Esse código é se não, a verdade mais pura que posso encontrar sobre o amor.
Pois é neste momento que me permito sentir o clímax inebriante de segurar-lhe o rosto depois do beijo, olhar-te nos olhos e poder ser... ninguém.