Ao cair da noite
O céu estava nublado
Mas a lua surgiu na madrugada
Iluminando o asfalto
E a calçada molhada
As luzes dos postes
[Amarelas] casas
O apito do guarda noturno
Ecoa por algumas quadras
E nos cantos escuros das praças
Dormem solenes
Pessoas desabrigadas
As poças refletem
Pontas de prédios
Onde bóiam tortas
Bitucas amassadas
Uns dormem em cima
De colchões envoltos
De grossos edredons
A maioria se esconde
Dentro dos jornais
Da semana passada
Que publicam
Em largos títulos
Palavras que dizem nada
Que não passam de papel
O carro roncando impaciente
Levando das ruas
Sua amante de aluguel
Alguns passos ritmados pela calçada
Uma mulher fumando na varanda
Mistérios modernos ainda pairam
Sobre o céu e terra
O vento sopra
A esquina dobra
O povo joga
O mesmo roubado jogo
Que julga o outro
E quando finalmente todos acordam
Nada
E
Tudo
De novo.
sábado, abril 23, 2011
Samba da Cabeça
a vida que traz também leva
mas tudo que fica é o que preza
e tudo que foi não esqueça
não tem motivo para estar
Ainda em sua cabeça
mas tudo que fica é o que preza
e tudo que foi não esqueça
não tem motivo para estar
Ainda em sua cabeça
Constante Presente
Cansei do amanhã
E só vivo por hoje
Abri mão de um passado
Que não deixo de levar pedaços
Confessei-me comigo mesmo
E me perdoei como um deus
Uni-me com a luz
Sem deixar de projetar minha sombra
Esqueci o que aprendi
E respirei fundo
Poetizou-se a miséria diante meus olhos
Cri na natureza e toda sua forma de evoluir
O ponto de vista alheio
Uniu-se com um senso comum entre humanos
Os loucos seguiram caminhando
Sem comover ninguém
A ironia de uma realidade banal
Contextualizada em meio a tantas verdades
E tantos mistérios
Minhas mãos tocaram a beira do rio
E a agua que por ela passou
Levou consigo
O meu constante presente
E só vivo por hoje
Abri mão de um passado
Que não deixo de levar pedaços
Confessei-me comigo mesmo
E me perdoei como um deus
Uni-me com a luz
Sem deixar de projetar minha sombra
Esqueci o que aprendi
E respirei fundo
Poetizou-se a miséria diante meus olhos
Cri na natureza e toda sua forma de evoluir
O ponto de vista alheio
Uniu-se com um senso comum entre humanos
Os loucos seguiram caminhando
Sem comover ninguém
A ironia de uma realidade banal
Contextualizada em meio a tantas verdades
E tantos mistérios
Minhas mãos tocaram a beira do rio
E a agua que por ela passou
Levou consigo
O meu constante presente
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