Ao cair da noite
O céu estava nublado
Mas a lua surgiu na madrugada
Iluminando o asfalto
E a calçada molhada
As luzes dos postes
[Amarelas] casas
O apito do guarda noturno
Ecoa por algumas quadras
E nos cantos escuros das praças
Dormem solenes
Pessoas desabrigadas
As poças refletem
Pontas de prédios
Onde bóiam tortas
Bitucas amassadas
Uns dormem em cima
De colchões envoltos
De grossos edredons
A maioria se esconde
Dentro dos jornais
Da semana passada
Que publicam
Em largos títulos
Palavras que dizem nada
Que não passam de papel
O carro roncando impaciente
Levando das ruas
Sua amante de aluguel
Alguns passos ritmados pela calçada
Uma mulher fumando na varanda
Mistérios modernos ainda pairam
Sobre o céu e terra
O vento sopra
A esquina dobra
O povo joga
O mesmo roubado jogo
Que julga o outro
E quando finalmente todos acordam
Nada
E
Tudo
De novo.
Um comentário:
gosto de ler o que tu produz, devia postar mais =D
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