sexta-feira, outubro 16, 2009

Buzinas

Buzinam e buzinam e as sirenes não cessam!
O barulho perturba o meu sono e os meus sonhos!
As luzes não param de girar em volta do meu corpo
E as palavras de "pare!" gritam nos altos falantes e nos mega fones

A onde está a velha musica que era pra dentro
E o canto dos pássaros que é de dentro pra fora
Como tem que ser, pois não poderia fazer diferente

Mas não! Insistem nas buzinas e nas sirenes!
Apelam para nossas famílias
E nosso sangue do dia-a-dia!
Vestem Satã com as roupas de um Deus morto

Na até então calada da noite
Os gritos de alerta gritam na cabeça de todos

"É CADA UM POR SI!"

E o toque de recolher vem cedo
No primeiro tapa sacana do médico viciado

E entrega com as mãos mais limpas que a consciência do mundo
Um recém nascido nos braços de uma mãe em torpor

É proibido buzinar nos hospitais
Mas até lá já são buzinas de mais

E o ruído do mundo permanece
Mesmo em todo aquele silencio surdo