quarta-feira, outubro 29, 2008

Sorte ou Revés

Azar no jogo
Sorte no amor

Um jogo um prazer
Uma dor

Sorte no jogo
Azar no amor

Jogo no amor
Sorte no azar

Um amor, um alivio
Falta de ar

Cartas, fichas, Blefe
Piões, Apostas, Flerte

Toque, cartas, lábios
Apostas, toque, corpo

Passos, fatos

Naturalmente
Não planejados

Jogo no corpo
Amor na mente

Olhares, sorrisos, abraços

Jogo, amor, planos e descasos
Opção dos atos, segundos passados.

Estrelas mares e planos
Não dos próximos atos
Mas dos próximos anos

Conseqüências.

Azar na sorte.
Sorte no azar

Amor no jogo
Jogo no amor

Ciclos, sorrisos
Lagrimas, instinto

Nos contorcemos, giramos
Em caminhos...

Inicios, principios

Apostar em jogo
Ganhar no amor


quinta-feira, setembro 25, 2008

Bom

Quem é que quer um pouco mais de palavras?
Tenho algumas guardadas na manga.

Costumo utilizá-las, em momentos oportunos
Como por exemplo,
Bom dia.

A mesma paz que carrego comigo
é o caos que me persegue

Da vida, faço que sei
o resto, eu improviso

Uso do lixo, minha sexta de basquete
Para arremessar
Pedaços de contradições

Confesso que, isso nunca foi meu forte

Vejo a poeira, sobre minhas coisas
Sobre alguns dos meus sentidos

Estou farto de dizer, o que um dia
Sempre disse

Parece que nunca aprendo
Mas também nunca me arrependo

De ter guardado
Algumas contradições amassadas
No meu bolso

De manha acordo
Espreguiço
Lavo o rosto

Minha voz sai baixa
Meio rouca e mansa

Começo meu dia
Tirando algumas palavras da manga

Como por exemplo,
Bom dia.

quinta-feira, julho 31, 2008

Na ponta dos dedos

Em uma fração de melancolia abstrata
A visão, tão irônica
Como as pontas dos meus dedos...
Segurando o cigarro
Quando o som do trago ta tranqüilidade
Ao meio de tanto caos
Tantos caos, aos olhos
Quantas cinzas do cinzeiro amargo

Olhos vertigem, sorriso
Olhos conformados

Satisfeito do que esta absorvendo
E chamando de realidade

Ao meio de tantas loucuras

Boca cheia de palavras
Não ditas

E tão vazias de ofensas
Ditas

Ditando a regra da vida
Para um escrivão embriagado

Batendo a cinza da vida
Tão irônica quanto a ponta dos dedos
Em uma urna de ouro
Carregada de derrotas e conquistas.

sábado, maio 10, 2008

Barragem

Os picos das montanhas
Fazem amor com as nuvens e os céus
Entre espasmos e delírios de prazer
Goza aos litros
Nascente dos rios

Escorre sobre a pele da terra
Encontra vidas e pedras
Que não atravanca seu caminho
Com isso deixa-o mais belo

Acaricia a superfície e faz
O planeta gemer em arrepios

Desliza pela espinha do mundo

Toma força
E faz
Tremer de amor o mar
Os picos ainda gozam aos litros
Sem interromper nenhum ciclo

Sobe aos céus
E alimenta o manancial
A barragem do homem
Impede de encontrar todo potencial

Retém os espasmos e vontades naturais

Os pés pesados no pedal
Aceleram até a barriga esfriar
Você me faz ir
Até as ultimas consequências

Destruir barragens, continuar
Ninguém pode dominar o rio, céu e o mar

As últimas consequências
Fazem-me continuar.

terça-feira, maio 06, 2008

Atenção, esse texto contém spoiler.

Você sabe onde me encontrar, do contrario, deixa que eu encontre você.

Sabe não me sinto em um filme de ação, ou num romance, drama sei lá.
É diferente quando você não vê com olhos de narrador. È tanta merda que influencia a cabeça, que às vezes acho que, certas atitudes não seriam tomadas em outras circunstancias.
Mas afinal, a vida é mesmo um grande espetáculo, que se torna um fracasso, quando você percebe que esta sendo assistido, e tenta agradar a platéia.
Vejam só, aquele banco vazio, aquela pessoa não veio. Olhe o outro, aquela pessoa está saindo. E é assim...

Tem gente que diz o contrario que nega até o fim, que essa coisa de espetáculo é besteira.
Mas não cheguei a pensar nisso, olhando-me no espelho. Mas vendo-me em certos momentos como parte da platéia.
E a peça que assistia era minha vida.

Todo mundo estréia sua vida, à deixa em cartaz, nem que for para uma pessoa.

Bom, na verdade, você pode não saber onde me encontrar, e olhe que não é lá tão difícil, mas não vai fazer diferença, pois é provável que eu também não te encontre.

Falando em platéia, estava revendo algumas cenas do meu filme de estréia particular. Era sobre um cavaleiro medieval vivendo nos dias de hoje.
Eu ri da parte que, quando ele foi tirar a armadura, uma personagem lá sem querer deu uma pancada nele. Mas ele revelou um peitoral de aço escondido, que ele tinha disfarçado por baixo da camiseta só pra ter certeza.
Convencido que era melhor do outro jeito, voltou a usar a armadura completa.

Engraçado, a armadura dele não era bonita, mas era bem lustrada, algumas pessoas só gostavam dela por que viam o próprio reflexo.

terça-feira, abril 29, 2008

Preparo

Preparo-me
Tomo um banho
Escolho uma boa roupa

Chego até a ficar ansioso

Passo perfume
Ensaio um sorriso no espelho
Enquanto penteio os cabelos

Ajeito-me todo

Finalmente
Arrumo a mesa de jantar

Acendo a vela
Arrumo meu caderno

Meticulosamente
Escolho uma caneta

È chegado o momento
Ponho-me a escrever

Hoje não fui
Hoje ela não vem

quinta-feira, abril 24, 2008

Sistema nervoso sintético


Sistema nervoso sintético
Vida teórica indescritível

A vida feita em mais um acorde

Fama sucesso dinheiro
Em baixo da cachoeira do banheiro
Cenas feitas refeitas
Cabeça em cima de um travesseiro

Sistema nervoso sintético
Veias, fios, cabeça e trilho

Errar de novo por gosto
Aprender
A prender o fôlego

Não estatize nossas vidas
Não programe autodestruição

Frio metal, passos olhar
Nuvens vêm e vão
A gente fica

Fique aqui pra arrumar
A bagunça dentro da minha cabeça

Reflexo some sem pistas
Sem espelho ou vergonha

Reflexos se vão
A gente fica

Sentado no banco, café, cigarro e apatia
Projetos de um futuro passado

Dependência externa de prazer
Depender do mundo pra viver
Mas ele depende mais de você

Derramar emoções
Em cima do computador
Estranho não usar
Lápis nem apontador

Sistema nervoso sintético
Simulação de sentimentos mil

sexta-feira, abril 18, 2008

Danificando

Não queria, não devia, e não tinha paciência pra escrever sobre esse assunto, que de uns dias para cá, veio estreitando, eu deixava pra lá, mas ele veio crescendo do meu lado, e eu nem ligava.
De fato não ligo, mas hoje não deu, não gosto de escrever algum tipo de texto nesse impulso, só pra descarregar, por que de fato, não me engajo mais em discussões como estas, pois o fator convencer e convencido eleva a discussões calorosas e acabam perdendo o sentido, já que grande maioria de quem discursa sobre esse assunto não está preparado pra levar cabo de nenhuma conclusão.
E qual seria esse assunto? Hábitos alimentares. Sim, esse assunto, que sempre preferi que ficasse nas mãos e nas bocas de nutricionistas e pessoas que entendem sobre isso, tomou um pouco de minha indignação esses últimos dias, pelo simples fato desse assunto ter virado uma revolta. Seus hábitos alimentares refletem algo bem maior, que escapa da sua cozinha, do seu sabor, do nutriente, do seu prazer pela refeição, ela atinge um grau mundial e, claro, o pior de todos, atinge um grau Social.
Pessoas estão começando a se dividir, a tratar outros com modos alimentares de maneira diferente e elevar o grau de racismo por outras pessoas, julgando o que ela comem.
E isso é, no mínimo, infantilidade.
Pois enquanto pessoas discutem sobre o que comem, e o que deixam de comer, outras tantas, comeria qualquer coisa, pelo simples fato de não terem nada pra comer.
Mas que infelizmente essas outras tantas hoje, estão sendo consideradas menos que animais.
Um exemplo disso é a ridícula e patética luta entre vegetarianos e onívoros. Diga-se de passagem, que para mim ainda acredito que todos sejam seres humanos. O que deveria ser uma causa consciente e ecológica se transformou em um meio de interação social e um modo de se fazer parte de uma exceção. Isso prejudica quem realmente acredita na causa e na idéia. Ignorância chega a ser tanta, que o tom de superioridade não foge ao tom de voz.
Isso se submete que, antes de educar quem é de um habito alimentar diferente (ainda me sinto um pouco ridículo falando isso) deveria educar ideologicamente quem possui o mesmo habito alimentar para não pôr por terra tudo que acreditam e tudo o que foi erguido até hoje.
O extremismo, desde sempre, foi ruim. Às vezes na historia necessário, mas nos dias de hoje, esse não é e nunca foi um meio.
Talvez se as pessoas acreditassem no equilíbrio, de quem tudo faz parte de um ciclo e que estamos aqui de passagem. Que o todo não se dividi, e que a idéia de Um é constante, mas que vocês fazem questão de separarem, de julgarem uns e os outros. Tenho vergonha e um pouco e indignação disso tudo.
Eu creio nisso. Essa é minha idéia.
O consumo de carne está desenfreado?È uma coisa que fugiu do controle? Sim, não tem como não concordar com isso.
Ironicamente, se não fosse por isso, e pela pecuária os bois que tanto são defendidos já teriam sido extintos.
Abolir, e julgar quem o faz como inferior? Como assassino? Não creio nisso. Acho que está faltando um pouco de humildade e humanidade por ai. Esse nunca foi um modo de levar nenhum tipo de ideologia. Não existem inimigos nessa causa, por mais que vocês queiram. Estamos no séc. XXI.
Não quero julgar nenhum dos dois lados em especial. Mas o que vejo acontecer é patético.
Não acho certo, os maus tratos com os animais, não defendo a caça esportiva, não acho legal, os animais morrerem de forma massificada pra suprir, o que superou o fato de ser necessidade e se tornou questão de gosto e etiqueta em restaurantes. Por isso, Vegetarianos e carnívoros de verdade, digo de verdade, pois irei aqui ignorar indivíduos infantis que querem disseminar sua ideologia de forma infantil e arrogante.
Equilíbrio, claro, existe exceções existem gostos, motivos e motivos para escolher uma opção alimentar, mas a burrice de entrar em conflito por essa questão não deveria ser uma opção.

quinta-feira, março 13, 2008

Despertador

De súbito, abro os olhos. Vejo-me na penumbra do quarto, e a luz do dia entra pelas frestas na janela. A mesma luz de sempre, a mesma penumbra, o mesmo sono. E o mesmo estrado do beliche... Ah! Esse estrado do beliche...
O som do despertar nem sempre é o mesmo, mas a missão é a mesma. Acordar. O que muda é o olhar. Muda e muda e muda...
Fecho os olhos, os mesmos olhos de sempre. As imagens sem sentido dançam na minha cabeça. E esse estrado da cama continua com as mesmas antigas marcas...
O som do despertador não cessa. A respiração não cessa, mesmo de olhos abertos, as imagens não cessam.
Qual o motivo?Lembrei... Não tenho mais o mesmo olhar de antes, infelizmente, agora é diferente.

Musicas do dia-a-dia. Trilha sonora do cotidiano.
Bom dia, mas os barulhos dos carros forçam a pergunta feita em voz alta "O que?”.
“Bom dia!” Repito... Sempre. Bom dia. É educado.

E meu avô balbucia
Algo como "É tão triste viver sozinho"
Não tenho voz pra discordar, ele já viveu 86 vezes o dia 13 de março, e eu, quase nada.

Viver cada dia como um novo dia. Mas então, se fosse assim, não aprenderia nada. E o passado não serviria de nada.
Nem pra ficção, nem pra inspiração, saudades ou fantasia, e essas coisas que as pessoas pensam sobre o passado.

Ele foi atrás dos seus objetivos, sente que chega perto. Mas se distancia dele mesmo. então, quando ele chegar perto, não vai mais saber quem é ou o que é. e não mais objetivos terá, pois simplesmente acho que não saberá mais quais sãos eles.

Que olhares duvidosos. Fecho os olhos.
"Moço, o seu troco"... o carro vermelho passa. "Obrigado". A TV estratégica no canto do restaurante.
Já vivi isso antes.

O cinza, mas uma vez. a luz que entra é cinza. Não faz sol.
Cinza... Tenho que parar com algumas manias.

O cigarro após o almoço é lei. Advertem-me sobre os riscos.
Nem ligo, assim como sei que não se importam.

A TV resmunga em algum lugar da casa.
Já voltei. Ônibus-sonífero.

O Despertador não cessa, o leito parece tão seguro. Tão certo.
Mas tenho que despertar. E Esse estrado...

A importância que tinha certas coisas já não faz diferença.
Deixei de lado muita coisa, e pus outras na caixa.

O olhar mudou... Naturalmente.

Desperto.
Só mais um dia.

O desperta dor para.

Eu continuo.

quarta-feira, março 05, 2008

Calor do Momento

O calor, o sol, esquenta e torra todas as minhas ligações cerebrais. Destrói a minha face. Minha vontade.
A vontade de mudar o mundo se abalou. As suposições de poder viver... Expectativas impostas, se distorcem e regozijam-se diante minhas visões sonhadoras. Trançando centímetro por centímetro de vida, dedicando o tempo pra poder garantir um belo sorriso no rosto, para ter o poder de esbanjar satisfação, humana.

Vagos corpos, vagas insônias nas metrópoles... Choros ébrios. Na noite que nunca acaba.

Por dentro de toda a estrutura firme, orgulhosamente apresentada atrás das vitrines e mesas de escritórios, encontram-se frágeis peças em eminente destruição, por qualquer coisa que mude a rota traçada. Que pena, os trilhos levam até uma triste colisão, quer dizer, na verdade, não chega a ser triste. Triste é a tentativa de lutar contra um fim que nascemos sabendo que é certo.
Do que importa quem somos nós, se temos uma vida, e uma vida não é suficiente para conhecer alguém? Com exceção dos pobres de espírito. Mas o esforço e compaixão foram inventados pra isso.

Todos nós sangramos, todos nós precisamos dos mesmos meios para poder viver e mesmo assim.
Uma coisa é ler, ver, estudar, outra é viver. È fácil julgar quando não é a própria pele que esta em jogo.
Tolos, fazemos parte do jogo.

Que a temporada de caça aos heróis comece. E o vilão está ganhando mais uma vez... Alienação.
Os animais também sonham... Os animais também sofrem com pesadelos. Os animais sentem medo. Um animal certa vez sonhou com vacas gordas, vacas magras.
É tão legal e patético, certas coisas, confesso que até me deprimo às vezes. Mas gosto, sou patético também, sou um alienado também, mas e dai?
Mais pra frente irei falar com orgulho da minha vida patética assim como fazem os velhos hoje. Que, alias, falam tanto, que todo mundo prefere ser um pateta antigo, a atual. Mas se alguém quiser viver minha vida antiga e patética mais pra frente direi, "Cuide da sua vida!", bom se houver vida daqui um tempo.
Essa modernidade toda é muito excitante, hoje quem pensa no futuro é só quem sabe o quão ruim foi o passado. E todo mundo, jovem, não sabe disso, só gostaria de ter visto Geraldo Vandré no palco e ter uma "causa".
Não sei que sempre vivem procurando causas, é do ser humano sempre procurar alguma coisa pra reclamar. Sempre tem algo... Mas ninguém descobre o que é, pelo menos hoje em dia.
Tempos modernos e Vidas antigas. Vidas novas Tempos antigos.

Mas no fim.
Acho que tudo isso não passa na verdade de algum superaquecimento Cerebral.
Pelo menos o calor desproporcional faz pensar um pouco.

domingo, fevereiro 10, 2008

Simples

Foi quando as constelações
Refletiram no chão.
Aquela jaqueta coube
Em duas pessoas

Mais longe, uma garrafa de vinho
Serviu para noite toda
Encostado no carro...
Receios de um olhar confuso

E no fundo
Queríamos só um lugar seguro
Para sentar-se

Bom... E no dia que foi o seguinte
Tudo começou em teatro.

E de degrau em degrau
Degrau em degrau

O chão se perdeu.
Coerência de subliminares atos

Tornavam-se explícitos
Simplesmente
Depois de um sorriso


Não sei mais o que dizer. Não sei mais o que escrever. Chego até a não saber o que pensar. Parece simples desse jeito, mas nem é.
Tudo faz parte de uma questão de afinidade, daquela pessoa chave que circunda o seu meio. E ao mesmo tempo em que meche com a sua cabeça, faz você sentir algo.
Então paro... Respiro fundo e abro um sorriso, por que na verdade, fico feliz de saber que ainda posso sentir algo.
Simplesmente isso. Não sei mais o que fazer. Gostaria de escrever sentimentos mil por aqui, mas não dá.
O cubo mágico, para mim, começou a ficar simples. Quem dera que fosse apenas um livro de colorir. Mas não sei se teria graça se fosse tão fácil assim.
Se pelo menos eu tivesse sido um pouco mais subliminar.
Gostaria de explicar em palavras, mas não tenho mais palavras... Talvez eu precise ouvir.

Ok.