Era de manhã
Quando uma pequena abelha
Voou sobre minha cabeça
Enquanto tomava meu café na cozinha
Zuniu e pousou por todo canto pousavel...
E após analisá-la bem
Levantei-me e a segurei dentro de um copo
Com um pano sobre minha mão
Para que ela, assustada, não deixasse metade de seu estomago em minha mão
A levei até as plantas de meu jardim
Percebi então
Que se tratava de uma abelha velha
Então a pus ao sol da manha.
E fiquei com ela como fico com a minha avó
Não voou nem
Ficou refletindo pensamentos de abelha
No fim de seus dias dourados
Com olhinhos brilhosos do sol refletido
E seus pelos já grandes...
Ai, ai... Deu vontade de conversar com ela
Mas ela parecia cansada, e não queria conversa
Deixei-a lá, sozinha.
Voltei para minha cozinha
E deixei o copo na pia.
Pois pensei que o copo estaria sujo...
Não por ela ter vindo de fora
Mas por ela ter voado em minha cozinha.