terça-feira, dezembro 25, 2012
Plantas no Jardim
Vou tirar você daqui
Colocar lá fora
Ser livre em minha mente
Não vou deixar ninguém saber
Que você existe
Vou tirar você de mim
Com um sorriso
Que nunca esteve aqui
Observando da janela
Debruçado no batente
Vendo você no jardim
Passa
Por mim
O momento que entre nós
Nunca existiu.
terça-feira, dezembro 18, 2012
Mestres Ancestrais
Mestres ancestrais
dos ancestrais
Não se contentam
Com nenhum ideal
Nestes dias ditos insanos
Mestres mundanos
Nobreza
Da alma vazia de
Caos
Em dias ditos insanos
Mestres ancestrais
Nobreza da alma
Também
Vazia de paz
dos ancestrais
Não se contentam
Com nenhum ideal
Nestes dias ditos insanos
Mestres mundanos
Nobreza
Da alma vazia de
Caos
Em dias ditos insanos
Mestres ancestrais
Nobreza da alma
Também
Vazia de paz
quarta-feira, setembro 26, 2012
Miragem de Nós VI
Ele não sabia exatamente para onde estava indo e resolveu sentar naquele banco. Aquela tinha sido uma noite realmente longa e o vento da madrugada passava sútil naquela praça longe do centro da cidade.
Fixou o olhar para o céu e sem querer topou com uma lua quase cheia.
As nuvens passavam rapidamente, fazendo a sombra criada pela luz natural da noite, oscilar debaixo dos seus pés.
Esfregou suas mãos uma na outra e ao descer o olhar notou a presença dela a alguns metros do outro lado da praça.
Sentiu o seu sorriso, mesmo não conseguindo ver seu rosto com perfeição.
Olhou para as sombras oscilantes no chão
Sorriu também.
quarta-feira, setembro 19, 2012
Você é o Abismo Pt. II
Tudo estava calmo.
As coisas estavam onde deveriam estar, se é que deveriam estar.
Permeava somente o som dos ambientes distantes, que chegava aos ouvidos de forma acidental.
Dois acidentes concluindo-se, da mesma maneira que as ondas do mar estouram e recuam nas rochas impassíveis da encosta, apenas para avançar novamente.
Não era possível diferenciar as cores dos objetos daquelas cores que existiam nos sonhos.
As cores também se tornam acidentes da imagem. Vibrações peculiares.
Uma estranha sensação de ainda estar dormindo ou de talvez estar se desfazendo em direção ao interior de si mesmo infinitas vezes; uma condição inversamente proporcional ao exterior, de simplesmente ser o que se é.
O significado é um reflexo da sensação. A sensação torna-se posterior à causa de simplesmente existir. Pensamentos são inúteis aqui.
Algumas imagens chegam como lembranças... Lembranças de sonhos? Difícil de firmar na mente. Num segundo tudo é nítido, no outro, não importa o esforço, tudo se perde em imagens vagas e borradas que se misturam estranhamente às cores que impregnam a visão.
Na mesma certeza do desgaste das coisas do mundo pelo tempo, as imagens simplesmente somem, como um avião que passa e desaparece no horizonte, deixando para trás, apenas um ruído que não faz referência ao seu formato.
A posição justificada do objeto pertinente ao vazio que ocupa no espaço.
O vazio que existe pelo fato de existir nada em si e poder guardar em si todas as coisas do mundo.
Recipiente constantemente preenchido por toneladas de sons, cheiros, sabores, cores, formas, pensamentos e ainda assim nunca transborda. Um eterno vazio da natureza humana.
O intervalo cria o sentido das curvas, do ritmo e do formato.
Só consegue acordar quem esta dormindo.
Ninguém aprende a sonhar.
Você é seu próprio abismo.
As coisas estavam onde deveriam estar, se é que deveriam estar.
Permeava somente o som dos ambientes distantes, que chegava aos ouvidos de forma acidental.
Dois acidentes concluindo-se, da mesma maneira que as ondas do mar estouram e recuam nas rochas impassíveis da encosta, apenas para avançar novamente.
Não era possível diferenciar as cores dos objetos daquelas cores que existiam nos sonhos.
As cores também se tornam acidentes da imagem. Vibrações peculiares.
Uma estranha sensação de ainda estar dormindo ou de talvez estar se desfazendo em direção ao interior de si mesmo infinitas vezes; uma condição inversamente proporcional ao exterior, de simplesmente ser o que se é.
O significado é um reflexo da sensação. A sensação torna-se posterior à causa de simplesmente existir. Pensamentos são inúteis aqui.
Algumas imagens chegam como lembranças... Lembranças de sonhos? Difícil de firmar na mente. Num segundo tudo é nítido, no outro, não importa o esforço, tudo se perde em imagens vagas e borradas que se misturam estranhamente às cores que impregnam a visão.
Na mesma certeza do desgaste das coisas do mundo pelo tempo, as imagens simplesmente somem, como um avião que passa e desaparece no horizonte, deixando para trás, apenas um ruído que não faz referência ao seu formato.
A posição justificada do objeto pertinente ao vazio que ocupa no espaço.
O vazio que existe pelo fato de existir nada em si e poder guardar em si todas as coisas do mundo.
Recipiente constantemente preenchido por toneladas de sons, cheiros, sabores, cores, formas, pensamentos e ainda assim nunca transborda. Um eterno vazio da natureza humana.
O intervalo cria o sentido das curvas, do ritmo e do formato.
Só consegue acordar quem esta dormindo.
Ninguém aprende a sonhar.
Você é seu próprio abismo.
quinta-feira, agosto 09, 2012
Na Luz...
...de um discernimento
Do que antes era desconhecido
No agora
Das palavras despretensiosas
Cheias de sentido
E vazias de intenções
O momento presente
Imediato pensamento
Que faz surgir o sorriso
Mesmo momento
Quando se procura abrigo
No agora
que revela nuances do tempo
Sutil clareza entre a linha
Das sete direções
Do grande abismo
Que não desperta medo
Nem causa vertigem
Faz a alma resistente
e o corpo protegido
Não existe tempo
Se não o agora
O espaço se não aqui
A ilusão do futuro
O fluxo do passado
Unem-se em harmonia
No presente
Na justa posição do olhar
De estar ciente
Sobre o aspecto
Do pensamento natural
Que afasta miragens
No deserto
Do cotidiano irreal
Se teu nome
Permeia meu pensamento
Enquanto caminho
Nâo hei de afastá-lo
Pois é presente
Em meu destino
Constante fluxo
Independente
Que leva tudo
Inibindo os sentidos
quarta-feira, julho 04, 2012
miragem de nós V
"Aqui é seguro" ela disse.
Não que o lugar parecesse seguro, mas confiei nela.
Era uma viela que não tinha saída, de uma rua pouco movimentada, que levava até uma pequena vila.
Estávamos numa madrugada de inverno.
" que loucura "
falou rindo enquanto tirava um baseado do bolso da blusa.
Não que o lugar parecesse seguro, mas confiei nela.
Era uma viela que não tinha saída, de uma rua pouco movimentada, que levava até uma pequena vila.
Estávamos numa madrugada de inverno.
" que loucura "
falou rindo enquanto tirava um baseado do bolso da blusa.
quarta-feira, junho 13, 2012
Você é o abismo. Pt I
Acordou de manhã, mas permaneceu deitado por mais algum tempo.
La fora a cor é cinza. A avenida inquieta.
As crianças gritam na quadra antes de ir para escola.
Milhões de rotinas e rituais.
La dentro, apenas um.
As cores estavam onde deveriam estar; como sempre estiveram.
O som abafado da avenida e um rádio no volume mínimo.
Viu sua mulher dormindo, queria ficar mais.
Vestiu-se como sempre fazia e preparou o café.
La fora convoca milhares de pessoas que gostariam de ficar mais um pouco. La fora cria a rotina de dentro.
O cheiro de café, misturado com o cheiro de fumaça, cigarro e variados perfumes infestam as calçadas.
Murmúrios matutinos nos pontos de ônibus superlotados.
Um farol com sua luz vermelha faz criar imensas fileiras de carros engasgados.
Pegue de dentro o que precisar, mas la fora as coisas adquirem um valor diferente.
Nota-se, vez ou outra, quem ainda não dormiu. E o ponto lotado reserva um lugar especial para quem acabou de acordar; dentro do ônibus que agora faz parte da centopéia mecânica, rastejando entrecortada, pela luz do farol.
La dentro ela desperta sem ele ao seu lado.
A ausência transformou-se em um ruído abafado da avenida la fora.
sexta-feira, junho 08, 2012
Todo
Antes que a vida
Seja breve
Um dia
Mais breve
Ainda
Que seja tarde
Ou uma noite
Sem luar
Antes que o todo acabe;
Torne-se escasso
Um dia
Nunca acabar
Quer seja a paz
Vinho
ou poesia.
Seja breve
Um dia
Mais breve
Ainda
Que seja tarde
Ou uma noite
Sem luar
Antes que o todo acabe;
Torne-se escasso
Um dia
Nunca acabar
Quer seja a paz
Vinho
ou poesia.
terça-feira, junho 05, 2012
"Ali e nada é a mesma coisa"
Andava na estreita calçada com um olhar distante e um sorriso torto no rosto.
Ouvia tudo mas era surdo;Enxergava mas não via nada
Sentia o odor, mas não importava.
Com cuidado, embrenhava entre as pessoas para poder passar e mesmo em contato com a realidade, não percebia o toque.
E assim continuou pela estreita calçada até enfrentar a fronteira com a rua.
Atravessou na mesma condição,alguns diriam, alienada.
Seguiu até sua casa. O tempo trouxe lhe imensas olheiras. Sua pele ficou pálida e ressecada.
No entanto, tinha se passado apenas seis meses.
As pessoas mais próximas, não sabiam o que estava acontecendo. Em um ano, tornou-se velho de mais para fazer a maioria das coisas que as pessoas de sua idade faziam.
A única coisa que permanecia, era o olhar distante, meio alienado e um sorriso torto.
Em dois anos, tornou-se um senhor debilitado aparentando uma idade muito avançada.
Foi então que sentiu a primeira coisa em sua vida. Sentiu que iria partir.
E neste momento, pouco antes de morrer, toda a time line do facebook passou diante seus olhos.
Ouvia tudo mas era surdo;Enxergava mas não via nada
Sentia o odor, mas não importava.
Com cuidado, embrenhava entre as pessoas para poder passar e mesmo em contato com a realidade, não percebia o toque.
E assim continuou pela estreita calçada até enfrentar a fronteira com a rua.
Atravessou na mesma condição,alguns diriam, alienada.
Seguiu até sua casa. O tempo trouxe lhe imensas olheiras. Sua pele ficou pálida e ressecada.
No entanto, tinha se passado apenas seis meses.
As pessoas mais próximas, não sabiam o que estava acontecendo. Em um ano, tornou-se velho de mais para fazer a maioria das coisas que as pessoas de sua idade faziam.
A única coisa que permanecia, era o olhar distante, meio alienado e um sorriso torto.
Em dois anos, tornou-se um senhor debilitado aparentando uma idade muito avançada.
Foi então que sentiu a primeira coisa em sua vida. Sentiu que iria partir.
E neste momento, pouco antes de morrer, toda a time line do facebook passou diante seus olhos.
quinta-feira, março 29, 2012
Eu Salto
Aqui tem um pouco de tudo
Tem crença e descrença
Quem para e avança
Compra-se ouro
Vendem-se almas
Trocam-se olhares
Gente sentada em baixo das arvores
Dormindo no esgoto ou
Em prédios absurdos
Condomínios de luxo
Na fronteira com favelas desmedidas
Tem amor pra quem ama
E ódio ninguém nega também.
Grito, melodia, ruído
Canto do pássaro e do moribundo
Felicidade e tristeza
Idéias, culturas borbulhando
Há vida por todo lugar
Pra quem se importa com tudo
E pra quem só olha para o próprio pé
Tem também.
Gente muda, cega
Sem braço e sem perna
Há a safadinha noturna 17
Que lhe faz de tudo
Pra garantir um dinheiro
Antes do final do mundo
Gente inteligente de pensamentos mil
Outras tantas que mil são as preocupações
Indigente sorrindo indiferente
De baixo do teto feito de via duto
Milagre e Luto
Morte e vida
Serve para quem só se faz chorar
Mas tem espaço para o sorriso
Há ousadia, dança, abuso
Rebeldia, restos e susto
Tem um monte de migalhas para os pombos
E nada de migalhas de pombos para tanta gente
Tem rato, aranha, pássaro branco e escuro
Até urubu pintado de verde
Em cima do muro.
Arranha o céu nublado
Arrasta a pele no banco de praça
Vastas ruas ligadas
Ligando as rosas dos ventos sujos
Tem helicóptero, avião, carro
Sapato bicicleta e descaso
Ar imundo, seco, úmido
É a terra de quem não ama
Mas também a terra de todo amor do mundo
Um paradoxo
Do microcosmo do pão com café
Na padaria do seu Julio
Arte e inflamação
Mentira e Verdade
Superficial, profundo
Eu paro:
Reluto
E com tudo eu salto
Nestas multireflexões
São Paulo.
Tem crença e descrença
Quem para e avança
Compra-se ouro
Vendem-se almas
Trocam-se olhares
Gente sentada em baixo das arvores
Dormindo no esgoto ou
Em prédios absurdos
Condomínios de luxo
Na fronteira com favelas desmedidas
Tem amor pra quem ama
E ódio ninguém nega também.
Grito, melodia, ruído
Canto do pássaro e do moribundo
Felicidade e tristeza
Idéias, culturas borbulhando
Há vida por todo lugar
Pra quem se importa com tudo
E pra quem só olha para o próprio pé
Tem também.
Gente muda, cega
Sem braço e sem perna
Há a safadinha noturna 17
Que lhe faz de tudo
Pra garantir um dinheiro
Antes do final do mundo
Gente inteligente de pensamentos mil
Outras tantas que mil são as preocupações
Indigente sorrindo indiferente
De baixo do teto feito de via duto
Milagre e Luto
Morte e vida
Serve para quem só se faz chorar
Mas tem espaço para o sorriso
Há ousadia, dança, abuso
Rebeldia, restos e susto
Tem um monte de migalhas para os pombos
E nada de migalhas de pombos para tanta gente
Tem rato, aranha, pássaro branco e escuro
Até urubu pintado de verde
Em cima do muro.
Arranha o céu nublado
Arrasta a pele no banco de praça
Vastas ruas ligadas
Ligando as rosas dos ventos sujos
Tem helicóptero, avião, carro
Sapato bicicleta e descaso
Ar imundo, seco, úmido
É a terra de quem não ama
Mas também a terra de todo amor do mundo
Um paradoxo
Do microcosmo do pão com café
Na padaria do seu Julio
Arte e inflamação
Mentira e Verdade
Superficial, profundo
Eu paro:
Reluto
E com tudo eu salto
Nestas multireflexões
São Paulo.
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
Miragem de nós IV
Sempre houve um fator desconhecido,tanto que
quando saímos aquele dia
Ela ficou muda
Sentou na mesa e só depois do segundo copo de cerveja
Começou a falar
Falava amenidades, coisas sobre o clima, os carros passando,
o cabelo engraçado de alguém...
Eram palavras soltas, que, por mais que fossem aparentemente banais, omitia algo;
Um contexto perturbado.
Sua mão atravessou a pequena mesa de plastico
E repousou em cima da minha.
Segurou firme por um momento,
Depois relaxou.
Propôs uma bebida mais forte,
Aquela seria uma longa noite
quando saímos aquele dia
Ela ficou muda
Sentou na mesa e só depois do segundo copo de cerveja
Começou a falar
Falava amenidades, coisas sobre o clima, os carros passando,
o cabelo engraçado de alguém...
Eram palavras soltas, que, por mais que fossem aparentemente banais, omitia algo;
Um contexto perturbado.
Sua mão atravessou a pequena mesa de plastico
E repousou em cima da minha.
Segurou firme por um momento,
Depois relaxou.
Propôs uma bebida mais forte,
Aquela seria uma longa noite
terça-feira, janeiro 10, 2012
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