sábado, julho 16, 2011

Pangeiar-me-ei

De (vagar) as coisas mudam de lugar. Pangéia pessoal. Esticando, retraindo, cuspindo fogo num tremor que destrói e renova considerações.

Sensações; os pés e os braços abertos sem ninguém por perto.
As luzes que brilham forte incomodam um pouco. A (visão) do meio dia e meia noite. Um pouco de tudo em cada olho, cada boca que se cala com um gole.

São tantos dentes. Milhares de dentes mordendo, mastigando cortando pedaçinhos de palavras fritas na frigideira das idéias.

Mais dia, menos dia, tanta vida e nenhuma novidade. Fantasma da praça. Velha calçada. E se entrelaçam (se) milhares de dedos que seguram, tocam, deslizam, masturbam, coçam, apontam pendurados em infinitas mãos com força de puxar, bater, escalar sem direção a montanha mais alta, sem final, onde nossa cabeça nunca toca o céu; onde nossos pés não tocam o chão.

Pangéia em corte mais lento do mundo, sobre a superfície da pele que de (vagar), abre a fenda de um sorriso, através do plano de algumas idéias.



Nenhum comentário: