quarta-feira, maio 23, 2007

Crônicas de um cotidiano barato. Parte I

"Sobre algo desimportantemente importante escrito por alguem que não liga pra nada"


Desperto, mas continuo na minha cama, ouvindo a minha casa. Já escuto a panela de pressão, minha irmã se arrumando para ir à escola, a T.V. ainda em um volume baixo e o relógio gira em torno das onze horas da manhã.
Dormi tarde ontem, mas não que eu tenha feito algo de especial. Na verdade eu gosto de ler ou escrever depois que todos já foram dormir.
Fecho os olhos novamente para ver se ainda tenho alguma chance de sonhar, funciona às vezes, mas hoje não, foi quase uma simples meditação que serviu para aumentar minha preguiça.
Como num ritual levanto-me e sento na cama. Penso simplesmente em nada. Eu durmo na parte de baixo de um beliche, a parte de cima está vazia, significa que meu irmão foi trabalhar, ele levanta cedo com a minha mãe. Meu irmão é um ano e meio mais velho que eu e trabalha fazendo sites, já minha mãe trabalha com o meu tio. Na verdade todos acordam cedo menos eu, pois, estou desempregado, fui demitido do meu ultimo trabalho. Agora estou recebendo um seguro desemprego.
Levanto-me e a primeira coisa que faço é ir para fora do meu quarto para ver como está o dia. Hoje amanheceu chuvoso. “Bem que o “homi” do tempo disse” minha avó fala. Vou para cozinha e não falo bom dia, é algo que estou acostumado a não fazer.
Fico indeciso entre tomar café ou almoçar, então decido comer qualquer coisa que não se encaixe em almoço e nem em café da manhã.
Volto para o meu quarto abro as janelas, ligo o computador e pego o violão. Despejo alguns acordes.
Sinto-me inerte, sinto que posso sorrir ou chorar e que isso pra mim não faz nenhuma diferença.
Olho a chuva lá fora caindo inocente, sem culpa das reclamações das pessoas. Por um momento sinto inveja dela, gostaria que a chuva fosse eu e eu a chuva. Aposto que a chuva se sairia bem melhor como eu do que eu mesmo.
Eu sei que não preciso disso, desse tipo de pensamento. Chego a pensar então se mereço sentir isso. Sim.
Percebo então, que agora sim acordei, pois esse tipo de coisa já altera meu estado de espírito que, confesso, não vai muito bem de um tempinho pra cá.

3 comentários:

Thathá disse...

Duvido que vc realmente não ligue pra nada...

Thathá disse...

NO mínimo vc liga pra não ligar e isso já é ligar

Catharine Perrone disse...

Uau! =)