sexta-feira, agosto 12, 2011

Harmonia

Texto editado da sua versão original de 2009

Já houve tanta coisa que me confundiu, me jogou no chão, me levou para outros caminhos, algumas feridas que cicatrizaram de um jeito estranho, algumas um pouco visíveis até, mas que se transformaram em parte de mim: Hoje as ostento como cicatrizes de batalha.
Vez ou outra falam comigo, como se estivessem com um manual de etiqueta e conduta na sociedade para seres humanos debaixo do braço. E o simples fato de eu estar cagando para isso, irrita um pouco as pessoas, mas, fazer o que?Não tenho que seguir as mesmas trilhas, só por que acham que essa é a única maneira de dar certo.
A coisa que mais admiro nesse mundo são pessoas que sabem o lugar que estão. Não tenho posição de dizer que o modo que eu vivo e penso é o melhor modo, mas é o meu modo, eu sei que isso me faz bem.
Adoro conversar e adquirir um pouco de outros modos de viver e estar apto a passar coisas que eu vivo e aprendi, troca de informações, não de provocações, não uma competição.
Respeito. O real valor do respeito é um pouco destorcido hoje em dia. O respeito se misturou com falsidade, tolerância e hipocrisia. Quem sabe ser feliz com o que faz não dá palpite no modo que outro leva a vida.
Ninguém pode falar para você, o que você é. Por que todos nós simplesmente podemos tudo, o mundo vai tentar te deixar quieto no seu canto, como as pessoas estão acostumadas a ficarem, não deixe isso acontecer, não morra antes da morte. Hoje penso que se não fosse por certas coisas que sofri e pastei, não teria concepções tão boas pra mim, valores que me fazem sentir muito bem, valores que me fazem ter certeza que estou de bem com o mundo. E são coisas que não se sente, lendo ou seguindo um manual.
Com certeza isso que estou escrevendo, não reflete nem uma fração do que realmente seja sentir isso.
Com o tempo, algumas coisas servem apenas para você, e ninguém mais precisa ouvir o que você diz ou canta ou pensa. (na verdade nunca precisou, mas no fundo, isso não muda em nada.)
Ai então, o silencio vai espreitando e se acomoda. E a intimidade dos pensamentos, conversas e textos se restringem, a quem esta vivendo a mesma coisa. Não estou tentando mudar nada, ou usando do preto no branco para alterar o curso da mentalidade da humanidade. Deixa de ser uma questão de bater na mesma tecla, e passa a ser uma melodia naquele tom. Cante quem quiser. Houve um dia que os homens criaram o sistema, e recriaram o mundo. Hoje os homens são criados pelo sistema.
É uma força invisível, que se inseriu na mente das pessoas como uma memória afetiva pelos velhos hábitos, de se sentir mal sem saber o porquê, de julgar sem pensar sobre, de permanecer apático devido ao medo. Hoje tudo é muito grande, e muito rápido. Acessos fáceis para tudo e prazeres artificiais.
Tornou-se um monstro incontrolável, que gira a roda do mundo, para uma direção profetizada por antigos artistas tão controversos em suas épocas. Mas essa é a minha época, não a deles.
Dizem que o presente hoje é um reflexo torto do que foi no passado. Então o nosso futuro será um reflexo em pedaços do nosso presente. E vem gente me dizer que tenho que acompanhar o manual de conduta para ser feliz. Nem ligo.
O que a maioria das pessoas não entende, ou não querem entender, ou tem preguiça de pensar sobre, ou medo, é que cada vez mais, essa coisa toda, infantiliza o ser humano, e lhe da o titulo de um falso homem. Criam mais e mais homens e mulheres vitimas de uma concepção artificial de felicidade.
Arriscar um pouco é preciso, e principalmente, ter segurança nos próprios valores e princípios.
A roda gira, eu giro junto, agente morre não sabe onde vai parar.
Eu escolhi, não vou morrer antes da morte, só por que acham melhor assim.

2 comentários:

Rafael Lizzio. disse...

Eu tenho uma cópia desse texto salva no meu PC e de tempos em tempos eu leio. Porque esse texto
é muito foda.

Barbara Moraes disse...

Até pensei em algo pra comentar aqui, mas deixa pra lá. Pode só absorver? (tem dado certo pra mim)